quarta-feira, julho 04, 2007

A meio do espectáculo o actor matou o público.
Continuou a sua representação.

Ficou frustrado. No final não foi aplaudido.
Se pudesse matava, (re)matava e voltava a assassinar.
O actor ficou frustrado.
Matou-se em palco.

No meio do público um anão imune às balas altas sobrevive.
Aplaude.

Catarse.
Purificação da alma através da descarga emocional provocada por um drama.

Rodeado de sangue e do cheiro a pólvora, o anão faz um corte numa perna.
Vê-se a rótula, pequena rótula.
Ouve-se e sente-se uma impressão nos membros quando o anão se movimenta.
O corte deixa sair um ranger.
Parecem dentes a roçar uns nos outros.

Ouve-se um som no palco.
Parecem passos.
Atrás das cortinas, entre o cenário futurista de um anfiteatro Lunar, dez, dez crianças aparecem.
Um coro.

Todas se cortam nas pernas.
Evidenciam as suas rótulas.
Dez, dez rótulas a ranger.

Uma criança apela ao anão que se junte.
Onze, onze rótulas a ranger.

O teatro da mente demente.
Nada supera o imaginar.

Mas não é inconcebível.

As portas do teatro estão sempre abertas.
É proibido proibir.
Proibir só o inconcebível. Lógico. O que não se idealiza.
Inconcebível. O que é inconcebível?

1 Comments:

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3:11 da tarde  

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