terça-feira, outubro 03, 2006


Preso que nem cão, atrelado. Rugia por todo o lado. Suava mais alto que o vento e o meu cheiro entranhava-se na água que bebia.
Nesse dia jurei a mim mesmo que não voltava a cometer o erro. O erro que não interessa.
Um erro é um erro. E o erro isola. O erro exclui. O erro divide, chuta, magoa, aponta, esquarteja, dilacera, moí,corroí a mais ínfima parte do corpo, o mais intimo órgão das tuas ideias, ordinárias ideias e tudo o que gostas e que te rodeia.
Fiquei só com o pouco que não pouco era mais que muito.
O erro consumiu tudo.
pensamentos ordinários que não se escrevem sozinhos. Pensamentos aculturados, mal interpretados, estúpidos e ridículos para tantos.
Mas aqui acorrentado, olho em frente, lembro-me do passado.
Olho para traz, lembro-me dos sonhos que me guiavam, que me empurravam, que me faziam crer que era possível, que me faziam acreditar que as pessoas não eram lixo, miseráveis, mesquinhos. Não passava de uma fase. Que a crise se vencia, que o mundo mudava.

Inocente criança. Esses sonhos inocentes que nos fazem crescer. Ainda bem que neles acreditei. Acorrentado, ergo a cabeça, olho nos olhos do mundo e não tenho vergonha.

Malvados...

4 Comments:

Blogger joe.disco said...

Ai... que quem escorrega também cai!

5:47 da tarde  
Blogger Dinis Lapa said...

um sentimento de culpa católica (maldade minha) vs o regresso à infância (à moda dos lord byrons e dos amigos dele)...obrigado por este pequeno prazer.

5:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ainda bem que nem todos os caes vivem de trela, e que existem pessoas que continuam a acreditar.

O erro .... serve também para aprender .... e continua a ser o erro!

3:16 da tarde  
Blogger Luna said...

Podemos crescer, mas nunca perder a nosso criança escondida em nos
beijos

9:08 da tarde  

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