terça-feira, fevereiro 21, 2006

Gosto do som. Preferia ficar cego a ficar surdo. Cego cedo me avivo das memórias. Agora surdo... Surdo que não ouves. Ou ouves e não queres dizer? Ou ouves de maneira diferente? Ou és instrumento e não te evidencias nem te apercebes. Surdo. Surdo que nem uma porta. Mas que barulho a porta faz. Som. Abre e fecha a porta. A arvore cai, o vento sopra, o cego não vê e o surdo canta. Ninguém o ouve, afinal é um surdo a cantar. Mas que belo instrumento é um surdo. Antes cego que surdo. Sem duvida. Mas afinal o surdo consegue desenhar musica. Esgalha o instrumento? Ou ele é instrumento de si. Será habilidoso ao ponto de criar na sua memória som que ninguém ouve? Terá o surdo uma melodia diferente? Tem que ter, afinal sem som como se lhe embalava a vida...

1 Comments:

Blogger napalmneto said...

Camarada Agostov, acho que já nasci duro de ouvido. Senão, como me lembraria ainda hoje da música do saudoso Ursinho Teddy, na sua versão em polaco? Fonética? Mnemónica? Taradice? 5ª feira, Noite da Moleza, cumprimentos do sítio do costume. Traz gelatina.

3:10 da tarde  

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