terça-feira, março 13, 2007

João filho de Carlos irmão de Jacinto parente próximo de Francisco. Reproduziam-se continuamente. Abel irmão de Cláudio filho de Manuel cunhado de Ricardo padrinho de Luís. Pedro com dois filhos, Salvador e Martim era o mais novo da família.
Todos os anos a família crescia . Telmo irmão de Bruno filhos de Miguel. Todos viviam felizes.
João era bom trabalhador, Carlos dono de uma empresa empregava Jacinto e Francisco.
Todos tinham ocupação. Demasiado tempo ocupados para pensar na vida.
Os dias passavam iguais, a família aumentava quase de dia para dia. Eram a mais conhecida e admirada família da aldeia.


Até um dia.

Quando Abel, que nem Judas se pôs a pensar.
Pensou, pensou. Juntou, desdobrou. Questionou-se a ele mesmo e decidiu juntar a família. Era necessário mais opiniões. Mais.
Quando João, Carlos e Jacinto chegaram já Francisco bebia com Abel e Cláudio. Manuel e Ricardo ouviam atentamente Luís sobre um assunto de trabalho enquanto Salvador e Martim jogavam computador, ouviam musica com uns auscultadores que os isolava do resto da sala. Telmo e Bruno olhavam para o relógio e perguntavam como era possível prolongar-se sempre os princípios das coisas.

Abel apresenta a sua inquietação.

Todos nós temos uma coisa em comum. Todos somos Homens homem. Não há Homens mulheres. Como nos reproduzimos nós? Como?
Perplexos olharam entre eles e descobrindo o erro da sua existência vão desaparecendo um a um na medida que a consciência os aviva.
Eram um erro pois claro.
Salvador e Martim de auscultadores resistem.
A inocência salvaguardou-se.
O isolamento foi a barricada
Perplexos tornam-se violentos e decidem criar outra família. Foi só pensar. Criar.
Até ao dia, que outro se ponha a pensar...

Eclipsou-se o pecado.