
Acordei seco, teso, de movimentos perros, cão, homem vil como em castelhano. Não tinha visão, não tinha percepção de nada. Só de nada. De mãos estendidas procurava o trilho. Nada. Só o meu corpo, cabeça. Mãos. Encontrei uma porta. Uma porta que se entrava pela fechadura. Como se saía não sei. Mas não quis saber. Entrei, sem saber bem como. E fiquei parado. Só a observar o que o sentido de contemplar caracteriza. Fenómeno. Já dentro, ou fora? Não sei agora se saí ou se entrei? Mas movimentei-me. Fui senti o aço da fechadura nas minhas costas, o frio nas minhas nalgas, aaaaa, passei as pernas e não tinha pé onde sentir o chão. Que belo, o quê? O que não se sabe. O que falta conhecer orientar organizar. Deserto mental desorientado, deserto misto de mar e areia, com pessoas mudas de cabeça erguida e oradores de mímica sensual que dançam entre os furacões e tufões, que nadam entre tsunamis e desabamentos.
Calamidade mental. Que se crie a ponte e rápido. Preciso de voltar. Tenho frio nos pés. O calor do chão, preciso do calor do chão. Rápido onde está o caminho que percorri? Quero sair. Não quero saber já o já que se sabe que vou poder saber. Quero mais e mais e mais caminhos mas agora só um. Só o que me leva ao início. Foi so pensar. A porta move-se mais facilmente que nós imaginamos. Mais uma vez não sei se entrei ou se saí. Mas movimentei-me. Fui até ao chão com o pé. Senti um toque. Um toque em todo o corpo. Consciência de mim mesmo. Bati as palmas, abri os olhos e deitado na cama de pernas ao alto, bem na imagem da minha nudez, gritei sons que nem quis saber o que contextualizar. Mas soube bem...
Caminho mental, estradas de macadame, organiza e viaja...