terça-feira, outubro 31, 2006

Quando cheguei a casa não encontrei a vassoura. Precisava de uma esfregona também. Pisei as fezes de 25 animais, cães, antes de chegar a casa. Onde está a vassoura gritei eu. Lá longe, entre os gritos infantis e a musica alta ouvi qualquer coisa parecida com "revisão"...
Não entendo. Diz lá, onde está a vassoura?
Está na revisão responde a minha companheira...
Não compres um carro mulher. Deixa-te andar assim que andas bem.
Já agora o que é o jantar?

Subitamente adormeci e sonhei que a minha família era normal....

sexta-feira, outubro 27, 2006

Corrente. Tudo se constrói em corrente. Espiral infinita. Cíclico.
Não se tocam as linhas, aproximam-se. Namoram mas não se consomem.
Masturba-se o tempo. Não se repete. Não se toca. Aproxima-se. Toca-se a si mesmo.
Mas o tempo é corrente plural. União. Boca com sexo, sexo de boca e boca no sexo.
Prazer. A ânsia de prazer. A demanda do bom, de bem de mais. Sexo, amor, vontade de sentir o corpo. De sentir que Sim estamos Estou Vivo.
Só, só Eu, solitário não me convenço. Perdido no oceano. Eu o único no mar. Na onda que se aproxima. Na agua turva que me proporciona as mais belas imagens de nudez. De coisas que nunca vou ver Nu.
Nado sozinho por um momento, a onda chega, rebenta na praia. A areia volta ao mar. E o ciclo continua.

Amordaçado. Mais um dia. Desta vez a dois, trocamos os lábios pelo sexo. Afinal carinho é processo. E o processo é amor. E o amor desenha-se nos lábios, no forte erecto. Troca-se o processo. Só os lábios. O carinho é o mesmo. Amor de processos diferentes, mas amor. Sempre amor. Sempre diferente, tão idêntico. Amor de toque. De tocar.
Queira a vontade criar amor e o processo é infinito.

segunda-feira, outubro 23, 2006

sexta-feira, outubro 20, 2006

A raiva que cresce. Que me vinca a testa.
Que me faz salivar, gaguejar, suar.
Rude, falar a cavalo do raciocínio que fluí sem ponderar. Sem indagar aquele fugaz momento que nos faz pensar antes de disparar as palavras
Aaaaaaaaa que raiva. Se pudesse acabava com o ímpeto.
O imediato ... que a posteriori não deixa de ser, mas fugaz que nem chuva sem aviso.
Calma, não debites as contracções nas letras. Calma.
Não quero ouvir “tudo vai melhorar”.
Ando farto da mentalidade optimista. Que o Mundo é lindo.
E é. E isso mete-me raiva.
Ainda não vi a beleza, a harmonia,o
“supra-
-entendimento” das relações humanas.
Sociedade de conflito. Se é essa a tua guerra.... Se é essa a tua guerra....
Vou desertar.!!!

quinta-feira, outubro 19, 2006




Subitamente morreu. Morreu sem dar por nada.
Num ápice assim como a chuva.
Morreu e não quis saber.
Foi de vez, não incomodou.

O tiro certeiro não perdoou. Fulminante disparo.
Tentou evitar, mas se era destino, no alvo se tornou.
Morreu subitamente. Não se preocupou minimamente.
Alguém telefona, ouviu passos de desespero.
Arfar, arfar que nem sexo permanente.

Foge, não queiras a morte imediato. Despreocupado.
Olha que és alvo. Fuma, dedos amarelos.
Olha que és procurado. Podes ser apanhado.
Acordou nu, só de chinelos.

Farto de ver e de ler.
Deitou-se, nu em pelota.
Tocou-se várias vezes.
Foi visto. Ameaçou.
Agora é procurado despreocupado.
Tapou-se, molhado intrigado.

Envergonhado, tesão de monotonia.
Afinal não tem nada.
De companhia uma telefonia.
Tocam a campainha. Não se vê ninguém.
Que espreite pela janela....

Pensamentos desconexos. Movimentos perplexos.
Nu, morto, despreocupado, molhado intrigado.
Folheando a revista. Toca-se varias vezes.
Vergando-se à realidade consome-se a si mastigado.
Corpo de si mesmo que não alimentas.
Vazio de sabor.
Pensamentos desconexos. Movimentos perplexos.
Ideias .......... Tormentas

De que sexo?
Se de sexo se trata?

terça-feira, outubro 17, 2006




MOMENTOS MUSICAIS ESTADOS DE ALMA. MOMENTOS NACIONAIS, MOMENTOS PASSADOS, PENSAMENTOS PRESENTES.... HAJA SORTE, TRABALHO, SAÚDE E CULTURA....

Simone de Oliveira : Desfolhada
Música: Nuno Nazareth Fernandes
Letra: Ary dos Santos
"UNL - Literatura portuguesa"


Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.

É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.

Estranha Forma de Vida


Letra: Alfredo Duarte e Amália Rodrigues
Música: Alfredo Duarte e Amália Rodrigues
Arranjos: Miguel Monteiro (TUIST)
Solistas: "Super" Mário Fernandes


Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
É toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vivo de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida.

Coração independente
Coração que não comanda
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração indepedente.

Eu não te acompanho mais
Pára, deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais.


sexta-feira, outubro 13, 2006

Estou de regresso. Mais uma vez com milhões de assuntos mas tão poucos segundos e paciência para os debater entre os dedos, teclado e o raio de visão que me separa os olhos da pouca vergonha de monitor que tenho no meu local de trabalho.

Aqui venho simplesmente criticar a mentalidade dos sindicalistas deste país. Sem formação e desajustados da época política em que se inserem.
Viva a manifestação coerente.
Viva a voz dos trabalhadores.
Viva a mobilização dos necessitados.

Mas com coerência senhores...

Precisa-se de novas formas de luta. De novos meios de intervenção.
Não posso ser “camarada” só porque me manifesto.
O poder tirou o crédito à voz do povo.
Os culpados, os reaccionários que surgem por interesses de terceiros.

E os trabalhadores senhores.
Eu sou um trabalhador de segunda. Não sou funcionário publico. Luto orgulhosamente só pelos direitos que não tenho e pelas regalias que vou perdendo.
Quem me ouve ou quem me dá voz?

País da brincadeira, da politica a brincar....
Que se lute, ou que se "lixe"... Abram alas senhores....

terça-feira, outubro 03, 2006


Preso que nem cão, atrelado. Rugia por todo o lado. Suava mais alto que o vento e o meu cheiro entranhava-se na água que bebia.
Nesse dia jurei a mim mesmo que não voltava a cometer o erro. O erro que não interessa.
Um erro é um erro. E o erro isola. O erro exclui. O erro divide, chuta, magoa, aponta, esquarteja, dilacera, moí,corroí a mais ínfima parte do corpo, o mais intimo órgão das tuas ideias, ordinárias ideias e tudo o que gostas e que te rodeia.
Fiquei só com o pouco que não pouco era mais que muito.
O erro consumiu tudo.
pensamentos ordinários que não se escrevem sozinhos. Pensamentos aculturados, mal interpretados, estúpidos e ridículos para tantos.
Mas aqui acorrentado, olho em frente, lembro-me do passado.
Olho para traz, lembro-me dos sonhos que me guiavam, que me empurravam, que me faziam crer que era possível, que me faziam acreditar que as pessoas não eram lixo, miseráveis, mesquinhos. Não passava de uma fase. Que a crise se vencia, que o mundo mudava.

Inocente criança. Esses sonhos inocentes que nos fazem crescer. Ainda bem que neles acreditei. Acorrentado, ergo a cabeça, olho nos olhos do mundo e não tenho vergonha.

Malvados...