terça-feira, fevereiro 27, 2007

Castrar Henriques.
Tivesse eu uma maquina do tempo e castrava o Afonso. Esse tal de 1º Rei.

Não havia herança humana dessa pessoa.
Parabéns, obrigado pelo país que nos deixaste.
Mas olha o povo que se criou?
Afonso, queres que os corte a bem...?

Que se cuidem os tubaros de Afonso, cuidado primeiro Rei, a salvação é a castração da tua herança humana. O PORTUGUÊS.
SACRIFICO A MINHA EXISTÊNCIA...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Pessoas historias. Gostava eu de conhecer. Conta-las ao cair da noite.
Algumas bem saturantes, se organizadas teria milhões de trocar.
Vidas iguais, personagens semelhantes, gostos iguais e taras ridículas. Ridículo de menor, taras que não o são. Tabus por descascar, fruta de casca.
Sei ou julgo, que o sexo impera, a mentira o segredo a falta de vida que se esconde no casaco caro que namora com o meu nos bancos do eléctrico, ou a falta dele. Os óculos que não ajudam a ver, que só prejudicam e os sapatos irritantes que esquecem o objectivo andar e passam para a sinfonia macabra carente de observação e doente de ouvido.
Gostava de ter histórias, poder de saber. Os ditadores ambicionam. Saber é controlar. Conhecer. Poder de poder antecipar.
As mãos nos bolsos, infinitos. Bolsos sem fundo que guardam certezas, não guardam segredos, esses a alma é cofre forte. Alguns arrombados outros abertos por si mesmo. Os olhos no chão, arriba-te, controla. Olha em frente, ao chão não pertence o olhar. Outro membro o acolhe.
Pareço chato com isto.
As janelas fechadas, o barulho na rua, melodia colectiva, são historias em uníssono a exibirem-se.
A pessoa que é pessoas. Personifica. Exemplar genuíno. Estereotipo.
Não se procura ser diferente, melhor. Procura-se o aparente. O símbolo como valor, o falso ao real.
Os anéis apertam os dedos, brincos penduricalhos e tudo o mais que é externo à identidade individual.
Não como pão, água em demasia e abuso nos vegetais. Alface, cenoura e agrião, proteínas, carne e peixe. Muito sumo de laranja.
Aos olhos de outros já fui muita coisa, mas ninguém acertou, ninguém. Há evidencias todos as temos, mas quem somos realmente e de que somos capazes. Dominamos ou somos dominados. Ditadores de nós mesmos. Ignorantes, falta, ausência, lacuna de suspensão indagatória de juízo.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007


Sei de consciência séria. Disse-me. Acreditei mas mantive-me na duvida. Não posso crer no que estou a ouvir. Não tem orientação, é um vadio. Só quer boa vida e o resto, o amanhã é outro dia. Mentalidade de miséria é o que é. É a fartura, antigamente uma sardinha dava para a família inteira e os gatos ainda tinham que dividir a espinha. Hoje é só estragar e só se come é porcarias. Ele sai à noite e chega sempre muito tarde. É mulheres mulher, e droga e boa vida. Trabalhar está quieto, nunca pára muito tempo no mesmo sitio. Dá-se mal, é um incompreendido. Cá para mim é mal educado. E nem deve de ir trabalhar a maior parte do tempo. É verdade é mulherengo, e já o viram a drogar-se mais que uma vez. Não sei quem viu, mas é verdade. A carinha dele não engana também. É verdade, é um pobre coitado. Deus o salve que na Terra não há salvação. Deus lhe dê uma esmola senhora, que é um pobre coitado. Em casa não ouvi nada, mas deve ser bom para a mulher e para os filhos, pelo menos vejo-os juntos muita vez a fazer compras no mercado aos sábados de manhã. Ele com aqueles olhos de carneiro mal morto, vermelhos e fundos. Negros. Ela coitada é que deve de fazer tudo lá em casa. Ele quer é boa vida, tudo do pé para a mão. Hoje em dia isto está de uma maneira. Comecei a trabalhar aos 14 anos, o meu pai não me deixou estudar mais que a 4ª classe. Afinal de contas o melhor era não saber muito e não arranjar problemas com esses malucos da politica que por aí andavam antigamente. Ainda hoje não percebi bem essa fantochada do 25 de Abril.
É assim a vida, quem os quer bons que os arranje.
O meu filho? Esse deve de estar a dormir, ontem saiu depois de jantar. Trabalho? Isto está difícil, ele não se aguenta em lado nenhum e não o chamam para lago algum. Qualquer dia diz que abala para o estrangeiro. Não sei fazer o quê. Olhe seja o que Deus quiser. Ele anda meio em baixo, magro, anda enervado com a situação. É o pais que temos.
Pois bem mulher, aqui me fico, que o trabalho espera e o autocarro não. Até mais logo no barco para bebermos um cafezinho. Deus a proteja mulher...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Não tenho dinheiro para te pagar. Sou anti-moeda. Não ligo a essas coisas.
Prefiro andar a pé que pagar bilhete, ter a minha horta com o poço e não comprar comida.
Aprendi medicina nos livros da biblioteca e especializei-me em chás que resultam melhor que qualquer medicamento de um laboratório qualquer.
Sou anti-moeda.
A roupa faço-a eu, os chapéus os sapatos os pijamas e até cachecóis e luvas. No inverno passado fiz um chapéu de chuva de ráfia. Leve, nada irritante, era diferente e não magoava ou irritava as pessoas nos passeios. Era mesmo o meu chapéu de ráfia para a chuva.
Telefonar está fora de questão. De quando em vez grito ou aproveito e monto-me na bicicleta feita com restos de alumínio que encontrei numa garagem de um senhor que se diverte a criar marquises diferentes. Um sonho. Gostava de ter uma marquise daquelas, mas sou anti-moeda e não tenho casa. Vivo na rua, numa habitação feita por mim com barro do Barreiro, argila do Meco e madeiras abandonadas como os animais das cidades.
Hoje fui ao banco. Nunca tinha sentido, visto, nunca tive a noção do que é "ir ao banco". Não gostei, tive que esperar, o dinheiro não se vê e as pessoas esbracejam e os empregados dizem que um tal de "sistema informático está em baixo". Não estive lá mais de cinco minutos e já foi demais.
Sou anti-moeda.
Resolvi correr, fazer exercício, comi uma sopa, um pão com passas da horta que tanto estimo. Deitei-me, olhei para o aquário que montei, cheio de peixarada do Rio Tejo, Taínhas, Douradas, um mundo salvo da parafernália do lodo. Olhei, olhei, e quando acordei tinha o comando da TV na mão e o BabyTV a embalar-me...
Sonhar é paz, mesmo que de guerra seja, é evoluir, criar no imaginário. Sonhar e ter a sorte de me lembrar...