sexta-feira, abril 28, 2006

ZECA AFONSO

"Eu vou ser como a Toupeira"

Eu vou ser como a toupeira
Que esburaca
Penitência, diz a hidra
Quando à seca
Eu vou ser como a gibóia
Que atormenta
Não há luz que não se veja
Da charneca

E não me digas agora
Estás à espera
Penitência diz a hidra
Quando à seca
E se te enfias na toca
És como ela

Quero-me à minha vontade
Não na tua
Ó hidra, diz-me a verdade
Nua e crua
Mais vale dar numa sarjeta
Que na mão
De quem nos inveja a vida
E tira o pão

quinta-feira, abril 27, 2006


Branca, pura como a neve,
a beleza da mulher,
ordinária sem pudor,
deitada perna aberta,
mostra os atributos e não se coíbe de enaltecer os seus locais mais poderosos,
os mais recônditos lugares do protegido e quase sempre escondido castelo. Essa fortaleza que tem porta, que tem entrada, mas que se reserva o direito de admissão.
Algumas cobram consumo mínimo,
algumas até com direito a uma bebida,
mas o que conta afinal é a beleza do momento.
O desenho a forma da silhueta.
Uma mulher deitada nua sem pudor livre do preconceito de braços pernas e ideias libertas...

UMA FRAGILIDADE QUE NÃO SE QUEBRA, UMA FRAGILIDADE QUE DOMINA, UMA FRAGILIDADE QUE COMANDA.

Fosse eu mulher e seria igual, assim na minha masculinidade não as entendo, cada vez menos... ainda bem


Mulher deitada liberta, espero por ti. Sempre. Aparece do nada, desaparece com tudo, mas surge, liberta-te---

quinta-feira, abril 20, 2006

o meu sexo chave
procura a fechadura
agua mole em pedra dura
tanto bate até que fura
na cela no quarto ou na varanda
pão de centeio e uma cafézada
parto para a abertura
de uma gaja enfezada
dou-te uma duas
as que o vigor me permitir
não sou um garanhão
não te quero mentir
mas podes acreditar
que vou bombear ate gritar
e se hoje estou ordinário


nesta quinta feira chuvosa
é porque coço o sexo
e a cabeça piolhosa


não quero falar disto ou aquilo
assuntos de pirlimpimpim
abracadabra zas traz paz
aqui está o Camarada Jesus
esse tão simpático rapaz



cada vez mais salta da cueca
esta conversa sexual
já disse e repito
não falo mais de Portugal

e se hoje pareço o Bocage
não me interessa nem quero saber
vou ao google escrever porno
boas mamas e bondage...

beijinhos

quarta-feira, abril 19, 2006

ESTE É O POST SESSENTA E NOVE (69) DE ZAS TRAZ PAZ NOT WAR
Felizmente estamos livres. Livres da moda, dos padrões em jaula, dos tecidos apertados, dos sorrisos amordaçados.
Podemos tirar hoje as mãos dos bolsos. Não temos é dinheiro.
Podemos hoje ler o que quisermos. Não temos é cultura.
Podemos hoje comentar e reivindicar. Não temos é poder.
Podemos hoje ser realmente livres?
Podemos hoje ser um país moderno?
Podemos hoje ser um exemplo de evolução?
Podemos? Será que podemos?
Estamos melhor. Estamos.
Estamos livres? Não.
Porquê? Porque somos hoje escravos de uma ideologia diferente, que continua a beneficiar os grandes latifundiários e os grandes empresários?
Porque continuam os pobres mais pobres?
Porque se vestiam as pessoas tão mal?
Qual o porquê do Partido Comunista não se querer renovar?
Qual o porquê do Partido Popular defender a ideia caduca do Catolicismo no Estado?
Qual o porquê do Partido Social Democrata e o Partido Socialista serem tão idênticos e de afirmarem o oposto?
Qual o porquê do Bloco de Esquerda ser apontado um partido de Burgueses?
Qual a diferença actual do país da Crónica de Costumes de "Os Maias" de Eça de Queirós?

Ai Portugal, que me enganas a cada dia.
Ai nação que vives da aparência.
Que dás privilegio ao que não deves.
Não sei o nome dos três últimos ministros da cultura.
Não sei. Porquê?
País de Morangos com açúcar, de futebol e leitão. De Fátima e Vinho.
Afinal estamos tão diferentes? Ou será que se dividiram melhor as pastas...?

UM POVO SERENO, DE BRANDOS COSTUMES

quinta-feira, abril 13, 2006

UMA PASCOA FELIZ SÃO OS VOTOS DO CAMARADA JESUS PARA TODOS OS VISITANTES DE ******ZAS TRAZ PAZ NOT WAR******

quarta-feira, abril 12, 2006























passou levou e não consigo esquecer
essa vontade de ser de tentar compreender
aquilo que ambiciono e desejo abraçar
uma vontade tremenda de me auto realizar

quero passar por cima evitar a memória
mas o passado é um problema
uma vida uma historia
uma questão um teorema

no silêncio da minha musicalidade
bem no centro dos tons e notas musicais
acaba por compreender a minha mentalidade
tão complexa e cheia de capacidade

no curto espaço de tempo
que a vida me oferece
evito o banco onde me sento
evito o pedido e a prece

agora quero mesmo ser
agora é que quero conseguir
sentir o sabor de vencer
ser um exemplo a seguir


sonhar é combustível é céu é inferno
é primavera verão outono e inverno
noite dia e meia tarde
nascer e por do sol
pássaro lírico livre e trovador
é paixão e tristeza
é desprezo e amor
é fome e sede e pouca vontade
é família e amizade


agora não quero que me impeçam
de ser o ser que quero ser
não quero não ser o que quis
quero ser o ser que sempre me fiz.

segunda-feira, abril 10, 2006

Não há duvidas que fruta boa, fruta da época não se vende nas grandes superfícies.
Fruta boa, fresquinha, com selo de qualidade do produtor.
Na praça no mercado. Aí ainda há negócio, piropo e conversa de sedução. Ainda se pode sentir, apalpar a fruta. Senti-la. As vezes até se prova.

Nas grandes superfícies, o embalado, o cosmético tratado,. blerghh... fruta de plástico...

Eu pessoalmente gosto do doce da fruta da época. Os olhos comem, mas não me tiram a fome.

quinta-feira, abril 06, 2006


Nasci de cesariana.
A placenta obstruía o caminho.
Fechou-me a porta.
Prendeu-me.

Hoje as placentas que não me ligam
Fecham-me as portas.
Nem me mostram a luz..

Há alguma cesariana salvadora PURA que me arranje uma saída?

Ou uma chave...


Há alguma cesariana salvadora pura que me arranje uma saida?