Tenho vontade de ir, assumo. Chego ao balcão e peço um profiterole. Não me delicio assumo. Café e um cigarro. Assumo que preciso. Assumo, assumo e torno a assumir. Não dá para evitar. O autocarro está cheio de beleza, calor perfumes e mau cheiro. Na Avenida da Liberdade os solavancos misturam o conjunto, o perfume bom com a beleza e o suor. Afinal uma Capital é isso mesmo. Chego ao destino, um pouco aborrecido, náusea e mesmo sem vontade. Depois do café e do cigarro corro ao Privado do emprego. Alívio, assumo que fico aliviado. Oficialmente começa o dia aí. Sentado, aprecio a beleza feminina na passerelle urbana. Colecção Primavera Verão. Fico a imaginar o amor que podia oferecer. Os olhos são o espelho da criatividade em certas paixões momentâneas. A beleza move-se. Anda por aí. Tenho que ter os olhos sempre preparados. Galerias de arte urbana em movimento. Por todo o lado ha colecções extremosas, compostas galantes. Retro e Contemporâneas. Mas a essência senhores, essa à mulher pertence, e tão bela que ela anda...
Os olhos são os violadores amputados da vontade aprisionada das necessidades selvagens da mente humana.










