quarta-feira, setembro 27, 2006




O tempo é inveja. Inveja de quem o tem.

É curto o rastilho. Mas a bomba não explode.
É curto o rastilho.

O tempo é soberba. Soberba de quem o tem.

É guloso o momento. Viciante.

O tempo é conflito. Combate pelo Poder.

Tempo de atar, desatar, comprar e vender. Dar e tomar, beber e ouvir. Comer e andar.

Tempo para ter tempo. Com este tempo... Neste tempo, o tempo vota a tempo.

Ando sem tempo para isto....

sexta-feira, setembro 22, 2006

Voltou, já bateu à porta a nova estação.
Os novos hábitos, as roupas mais quentes, até a culinária se modifica.
O cheiro.
Nas relações com as pessoas há uma aproximação. O verão afasta, o inverno acolhe muito mais.
Não digo qual gosto mais, sinceramente não consigo avaliar. Mas o Inverno é o divino camuflado de cinzento.
Admiro a nossa coragem. Ao frio e ao vento, à chuva e a neve, percorre-se quilómetros para estar acompanhado, para beber um copo, para o que apetecer.
O homem faz a estação.

Mas não evita o chapéu de chuva.

Essa ferramenta que luta contra todos os conceitos.
Detesto-te chapéu de chuva, trouxeste o mercado ambulante, trazes a raiva de perder a luta com o vento. Afinal proteges? Proteges de quê? A chuva não é guerra. Molha e é chato. Mas diabo de chapéu que te deixo em todo o lado. Que te partes em todas as ruas, que tiras olhos as pessoas, que molhas os bancos do autocarro.

HAAAAAAAAA CHAPÉU DE CHUVA
Baza, baza
Vai p'ra casa
Abre a pestana, tana
Isto aqui não é um filme, boy

quinta-feira, setembro 21, 2006

Disse-me ontem uma idosa que nos tempos que correm "amigos nem vê-los".

Tive vontade de fugir, de acabar a conversa logo ali.
Senti um aperto no estômago, uma tremedeira que me deixou vazio.
Olhei com os olhos meio molhados para os olhos conscientes da Senhora. Senti um amor diferente, um amor tão verdadeiro que fiquei perturbado.

Ai que as verdades são duras de ouvir. Procurei logo um amigo. Imediatamente nos confins dos meus conhecidos.
Fiquei a pensar, a pensar, a pensar.... Ainda hoje estou a pensar...

É uma pena, tenho pena, e não tenho pena nenhuma.
Este pensamento que nos invade, aproxima e que nos afasta.
Quando precisamos mendigamos, quando andamos abastados, afastamos.

Vamos esperar senhores, o tempo é mestre....

quinta-feira, setembro 07, 2006

Cão da lama. Sim tu animal das trevas. Tu que me maças, móis...
Cala-te, por favor cala-te.
Estou de rastos de te ouvir. Pára, pára por favor.
Quero escrever sobre tanto e não me recordo de nada.
À boleia das letras. Danço os dedos no teclado.
Estou-me quase a lembrar de alguma coisa, quase a ter uma ideia.
Está quase, quase mesmo quase. Sinto isso, tremo a pálpebra.
Lembrei-me, sensação 7up...

Não achei muita piada...

Voltei à estrada.
Boleias negadas e perdidas, alguma vai parar...

HUMMM

Seja acima citado a ideia.
No topo de uma escada a Luz
A Luz mais Luz que já vi.
Não é iluminar, muito menos aquecer, é LUZ.
Luz que não dá cor. Luz virgem.
Maria da Luz.